Os profissionais de saúde mental explicam freqüentemente a psicose como “viver numa realidade diferente”. Mas o que é realmente a realidade?
Psicologicamente, a realidade é o que percebemos por meio dos nossos sentidos, mas também através da nossa interpretação. Todas as percepções são coloridas por nossas emoções e experiências anteriores. Quando você está se sentindo triste ou muito feliz, você percebe o mundo ao seu redor de maneira diferente e dá um significado diferente ao que percebe.
As emoções ajudam você a lembrar de coisas importantes e a se concentrar nas coisas que importam. Também é importante esquecer informações irrelevantes e não desperdiçar sua atenção com coisas que não importam. Isso evita que seu cérebro fique sobrecarregado.
Nas pessoas que apresentam alta vulnerabilidade à psicose, esse processo de percepção, interpretação e filtragem fica sobrecarregado mais cedo. Então tudo parece importante e relevante. Tudo o que você vê, ouve ou pensa torna-se emocionalmente carregado e adquire um significado especial.
O problema é: explicar isso ao indivíduo é muito confuso e desafiador. Quem decide que uma realidade é falsa e a outra (do profissional de saúde mental) é real? Negar a realidade de alguém em psicose, muitas vezes, não ajuda e gera mais discussões do que diálogo.
Por trás do estado psicótico da pessoa existe um estado emocional de ansiedade e angústia. Ajudar pessoas com psicose, portanto, significa tentar conectar-se a esses sentimentos.